O consultório é a segunda casa de Márcia Aschkar Abib. Ela é pediatra do nosso Sindicato há 32 anos e já cuidou de muitos filhos, netos e até bisnetos de trabalhadores da categoria.
Sua história no Sindicato começou em novembro de 1987. E sua trajetória na pediatria é tema da terceira reportagem da série “Personagem do Mês”.
Com a mesa repleta de fotos e presentes, dra Márcia sorri ao falar sobre o carinho dos pacientes. “Tenho uma lembrancinha de cada lugar que eles visitam. Às vezes os pais vêm aqui e me trazem uma recordação da viagem ou um quadro com a foto do filho. Eu recebo e guardo tudo com muito carinho. Tudo se torna parte do consultório”, diz.
Vocação – Natural de Sorocaba, aos oito anos, a garota Márcia se mudou com os pais e os dois irmãos para Santos. “Foi lá que eu fiz faculdade, na Universidade Lusíada”, conta.
A vocação para medicina veio cedo. “Desde criança eu dizia que ia fazer medicina. A vontade de fazer pediatria veio depois. Por gostar muito de crianças e me dar bem com elas, vi que essa era mesmo a minha vocação”, recorda.
Carreira – Antes de trabalhar no Sinthoresp, a dra. Márcia atendeu no hospital e maternidade Frei Caneca, na Intermédica e no Montreal de Osasco.
A nova oportunidade de trabalho veio por recomendação da dra. Maria do Rosário, que era clínica-geral no Sindicato à época e avisou que a entidade precisava de pediatra. Dra Márcia veio até o Sinthoresp e falou com o então secretário-geral João Geberto, já falecido. “Nossa primeira conversa foi ainda na casa antiga, onde hoje é o hotel Leques Brasil. Foi lá onde eu comecei, no final de 1987. Me apaixonei pelo Sinthoresp e estou aqui até hoje”, recorda.
Casa Antiga – Sobre a casa antiga, dra. Márcia tem boas recordações. “Eu lembro que havia umas escadas de madeira, meio barulhentas. A gente batia o ponto com aqueles cartões antigos e, do lado onde os médicos ficavam, tinha o Departamento Odontológico”.
Segundo a pediatra, uma das coisas que ela mais gosta de fazer é acompanhar as histórias dos pacientes. “Até hoje os pais me procuram e falam sobre seus filhos. O pessoal que eu atendi na casa antiga e no prédio da Taguá têm os filhos crescidos, com suas próprias famílias. Quando eu os encontro, eles fazem questão de falar sobre suas histórias. Isso é muito gratificante”.
Pacientes – Certa vez uma mãe a procurou só pra dizer que a filha, que na época havia completado 18 anos, conseguiu entrar no curso de Direito da USP. A dra. Márcia recorda: “Ela fez questão de vir até aqui, trazer a filha e dizer o quanto estava feliz e orgulhosa pela conquista da menina, cujo sonho era ser juíza”.
A convivência entre pediatra e pacientes também tem momentos duros. A dra. Márcia diz: “Uma menininha de quem eu gostava muito foi atropelada por um caminhão. Já faz tempo. Não me lembro mais seu nome, mas relembro que, sempre que ela me via, agarrava em meu pescoço e me abraçava. Quando soube da fatalidade, fiquei arrasada.
Família – Casada, Márcia tem dois filhos, André e Felipe, um de 21 e o outro de 22 anos. Eles são fruto de seu casamento com o comerciante Daniel. “Sinto que eles estão crescendo, já não querem mais viajar com os pais. Mas faz parte da evolução”, comenta.
Sobre seus anos de dedicação ao Sindicato, dra. Márcia Aschkar Abib elogia: “Admiro o Sinthoresp porque ele é um Sindicato que deu certo e do qual tenho muito orgulho, diz.
A Márcia ressalta que muitas pessoas que usam o serviço público e até os convênios acabam desistindo e vindo para o Sindicato. “Elas vêm para cá porque a acolhida já começa na recepção e continua dentro do consultório. Os pacientes sentem essa diferença e por isso gostam de ficar aqui”, finaliza.