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Sindicatos promovem ato pelo Dia Mundial de Defesa dos Trabalhadores de Fast-Food na Avenida Paulista, na região central de São Paulo. O protesto é realizado simultaneamente em 40 países que lutam por condições dignas de trabalho no setor (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)
Ato é realizado em outros países em defesa de direitos trabalhistas. Empresa diz que sindicato que fez protesto não tem adesão de funcionários.
Uma manifestação realizada por funcionários da multinacional McDonald’s ocupa duas faixas da Avenida Paulista, na região central de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (14). O ato é realizado em outras cinco cidades do Brasil e em cerca de 40 países.
A passeata teve início por volta das 10h, a partir do vão do Masp, segundo a Polícia Militar. O grupo anunciou que pretendia seguir até uma loja da rede na Praça Ramos, onde o ato terminaria.
Às 11h50, duas faixas da Avenida Paulista estavam interditadas no sentido Consolação, na altura da Rua Frei Caneca, segundo a CET. O trânsito estava travado na via desde a Praça Oswaldo Cruz.
Os organizadores explicaram em nota que o protesto é contra os problemas enfrentados pelos funcionários do setor de fastfood e visa “alertar a população sobre o desrespeito recorrente e contínuo dos direitos trabalhistas”. A manifestação conta com o apoio de diversos sindicatos de trabalhadores.
O Ministério Público Federal em São Paulo abriu um inquérito civil para investigar uma série de denúncias contra a Arcos Dorados, empresa que controla as operações do McDonald’s no Brasil. O órgão vai analisar a suspeita de práticas como a concorrência desleal, violação de leis antitruste e sonegação fiscal.
Outro lado
Em nota, a Arcos Dorados, operadora do McDonald’s no Brasil e na América Latina, afirma que cumpre a legislação desde a inauguração da primeira loja da rede no país e que o McDonald’s é uma das melhores empresas para se trabalhar.
Confira abaixo a nota da empresa na íntegra:
“A companhia informa que respeita manifestações de cidadãos e sindicais e esclarece que os 35 mil funcionários da empresa são representados por 80 sindicatos em todo o País, conforme orientação do Ministério do Trabalho. Especificamente na cidade de São Paulo, o sindicato em questão, que organiza as manifestações com o amparo de outras entidades, não possui legitimidade para representar os trabalhadores do setor, conforme decisões recentes no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Trata-se de uma disputa sindical, que já dura quase 20 anos, a respeito da representatividade do setor, e que utiliza o McDonald’s como bandeira para ganhar visibilidade. As manifestações de hoje simbolizam mais um capítulo desta batalha entre sindicatos e não tem adesão de funcionários da empresa.
Temos convicção do cumprimento da legislação, seguida pela companhia desde a abertura do seu primeiro restaurante brasileiro, há 37 anos. Em mais de três décadas de Brasil, a Arcos Dorados, maior franqueadora da marca McDonald’s no mundo, é uma das melhores empresas para se trabalhar no país e trata seus funcionários com ética e respeito. Tanto que suas práticas laborais são premiadas e reconhecidas por instituições respeitadas pelo mercado. Ao longo desses anos, a empresa já capacitou mais de 1,5 milhão de pessoas tanto para as funções operacionais, quanto para valores como trabalho em equipe, comunicação, liderança e hospitalidade. O investimento anual superior a R$40 milhões em treinamento possibilita que esses jovens tenham oportunidades de carreira e crescimento profissional e pessoal e rápido avanço salarial.”
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Pessoas fantasiadas como Ronald McDonald, da franquia de fast-food McDonald’s, protestam com um caixão na Avenida Paulista. Sindicatos promovem um ato pelo Dia Mundial de Defesa dos Trabalhadores de Fast-Food, realizado simultaneamente em diversos países (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)