Crescem ações contra ‘roubo salarial’ nos EUA
Ações na Justiça envolvem grandes redes varejistas americanas
por New York Times
Guadalupe Salazar, caixa do McDonald’s em Oakland, reclamou que seus contracheques várias vezes apagaram horas de trabalho e horas extras. Frustrada com isso, ela se uniu a um de sete processos coletivos contra o McDonald’s e vários de seus operadores por franchise, alegando que os trabalhadores foram enganados com relação às horas extras, tiveram horas extras apagadas dos cartões de ponto e foram forçados a trabalhar fora do relógio de ponto.
— Basicamente, cada vez que fiz hora extra, isso não apareceu no meu contracheque — disse Salazar. — Aquelas foram horas que eu teria preferido passar com minha família, e eles simplesmente as roubaram.
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Guadalupe Salazar, caixa do McDonald’s acusou a empresa de omitir horas extras trabalhadas em seu contracheque – PETER DASILVA / NYT
CAMPANHA SINDICAL
Os defensores das empresas veem uma agenda escondida por trás desses processos. Por exemplo, a ação contra a Schneider — cujo armazém em Mira Loma serve exclusivamente ao Walmart — coincide com a pressão dos sindicatos sobre a Walmart por aumento do salário mínimo. Os advogados e os grupos trabalhistas tentaram vincular a gigante varejista americana como corresponsável nos processos.
A Walmart informou que busca garantir que suas empresas contratadas cumpram as leis, e que não tem responsabilidade nas práticas trabalhistas da Schneider. Já a empresa de logística afirmou que “administra suas operações com integridade”, observando que subcontratou várias empresas para supervisionar as equipes de carregamento e o descarregamento.
Entidades patronais observam que os processos contra o McDonald’s foram coordenados com o movimento dos trabalhadores no setor de fast-food que exige um salário mínimo de US$ 15.
— Trata-se de uma campanha clássica de interesse especial movida pelos sindicatos de trabalhadores — disse Stephen Caldeira, presidente da Associação Internacional de Franchise.
Nos documentos do processo, o McDonald’s nega qualquer culpabilidade no caso de Salazar, e a franchise de Oakland insistiu que ela não conseguiu provar ações ilegais praticadas pelo restaurante.
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