Grupo luta por reajuste salarial e pela liberdade de formar sindicatos
Sindicalizados anunciaram na terça-feira planos de realizar o que tem sido chamado de a maior greve de todos os tempos dos trabalhadores de baixa renda. Uma coalizão de trabalhadores de diversas cidades dos EUA e cerca de 40 outros países, incluindo Itália, Japão e até o Brasil, planeja paralisar no dia 15 de abril, de acordo com o grupo conhecido como Fight for US$ 15 (Lute por US$ 15), para exigir melhores salários e a liberdade de formar sindicatos. As informações são do “CNN Money”.
— Ao se unirem através das fronteiras, os trabalhadores de fast-food têm a oportunidade de transformar a indústria em todo o mundo — disse Massimo Frattini, um dos organizadores do Sindicato Internacional de Trabalhadores de Alimento, que está coordenando os protestos globais ao “CNN”.
O grupo, que no ano passado já havia organizado protesto de trabalhadores das redes de fast-food, agora tenta expandir o movimento para outros trabalhadores cuja renda é igualmente baixa. Com isso, cuidadores de crianças e de atendimento domiciliar, funcionários do varejo, professores universitários não-tituleres e carregadores de bagagem em aeroportos se juntam à paralisação. Alunos de mais de 170 universidades também se juntam aos grevistas como demonstração de apoio à causa.
— Nós ajudamos as pessoas a viverem com dignidade — acredita Molita Spaulding, que trabalham como home care em Miami, nos EUA. — Nós devemos receber o suficiente para pagar nossas próprias contas.
A escolha do dia 15 de abril para o início da paralisação não é ocasional. Esta é a data final na qual os americanos devem apresentar as declarações de imposto de renda, e os grevistas pretendem chamar atenção para a disparidade entre os lucros das empresas e a situação em que se encontram os trabalhadores de baixa renda.
A primeira vez que funcionários de fast-food nos EUA foram às ruas para pressionar por salários de US$ 15 a hora (o pagamento atual é de US$ 7,25/hora) foi há dois anos, e em todas as ocasiões eles encontraram resistência de empresas como McDonald’s, KFC e Burger King. Enquanto o desemprego no país diminui, registrando a menor taxa em seis anos, o fato é que grande parte dos empregos adicionados à economia americana nos últimos anos foram em setores como o varejo e cuidados com a saúde, que são historicamente mal remunerados.
O próprio presidente Obama sugeriu um aumento para US$ 10,10 no salário mínimo, mas a proposta foi barrada pelos republicanos no Congresso. Com pouco progresso no nível federal, muitos estados e cidades têm tomado a iniciativa, a exemplo de Dakota do Sul, Nebraska, Alaska e Alabama e Washington, DC. Até mesmo algumas grandes empresas como Walmart, Target e Gap têm respondido às necessidades dos trabalhadores por melhores salários, elevando o piso a US$ 9 por hora.
No dia 15 de abril será realizada a maior greve dos trabalhadores de fast-food dos EUA, organizada pelo movimento #FightFor15 (Luta por 15 dólares de salário por hora): são 200 cidades. No Brasil, os trabalhadores do McDonald’s também vão para as ruas reivindicar seus direitos trabalhistas. Participe! #SemDireitosNãoÉLegal
Saiba mais sobre essa campanha mundial:
https://www.facebook.com/SemDireitosNaoeLegal?fref=ts
Fonte: O Globo