Por onde passa, Yasuco Osawa Shimizu, nossa querida Dona Carmem, acolhe e encanta com sua simpatia. Ela coordena o Departamento Social do Sindicato, que cuida de questões relacionadas ao INSS, saúde e dá assistência aos trabalhadores e às suas famílias, em diversas situações. A Assistente Social se orgulha de seus 29 anos de atuação no Sinthoresp.
Por essa trajetória e sua bela história, Dona Carmem ilustra a segunda reportagem da série “Personagem do mês”. Ela fala sobre sua origem, sua família, o que inspirou sua profissão e qual momento mais marcou sua trajetória em nosso Sindicato.
Infância – Nascida em Mococa, Interior paulista, Dona Carmem passou a infância com os pais e mais 10 irmãos. “Estudei em colégio interno até terminar o ginásio e colegial. Depois, vim para São Paulo”, recorda.
Quando chegou à Capital, ela trabalhou em duas indústrias metalúrgicas, sempre no setor de RH, como atendente social. Ao mesmo tempo, começou a cursar a faculdade Paulista de Serviços Sociais. “Eu fiz parte da primeira turma, de 1975, em São Caetano do Sul”, conta.
Depois de formada, Dona Carmem se casou. Nesse período, passou em concurso público e conseguiu seu primeiro emprego como Assistente Social. “Trabalhei na Secretaria da Saúde. Mas não fiquei muito tempo, porque era desgastante e o local ficava muito longe de onde eu morava”, ela diz.
Quando veio a maternidade, Dona Carmem resolveu dar uma pausa nas atividades profissionais. Ela comenta: “Passei a me dedicar totalmente às crianças. Somente quando a primogênita completou 10 anos eu voltei a trabalhar”.
Vocação – Quando pequena, Yasuco acompanhava de perto o trabalho feito pelos pais. Yotaro Osawa, então delegado do Rotary Clube de Mococa, e sua esposa Takeko Osawa vieram do Japão pra São Paulo ainda jovens. Dona Carmem registra: “Eles fundaram uma cooperativa mista e um centro rural para divulgar a agricultura da cidade e gerar renda à comunidade”.
Pelo Rotary Clube, seu pai conseguiu levar para a região escola infantil, espaço de lazer e consultório odontológico. “Eu sempre ia lá e acompanhava o que ele fazia. Acho que foi aí que nasceu meu interesse em cuidar e orientar as pessoas. Isso vem desde os meus 12 anos”, observa.
Carreira – Em 1990, por indicação da amiga Júlia, que também trabalha no Sindicato, Carmem soube que o Sinthoresp procurava uma Assistente Social. “Quem me admitiu foi o sr. Gilberto. Quando comecei, ele me disse: ‘Olha, a senhora tem um desafio muito grande’. Eu perguntei, qual é o desafio? Aí ele me levou na sala, colocou 80 processos em cima da mesa, todos parados há anos, e disse assim: ‘A senhora tem que dar conta da Previdência Social. Então eu disse: “Ok, vamos lá!”
No começo, foi difícil. “Nós não tínhamos computador, trabalhávamos com máquinas de escrever. As visitas ao INSS eram feitas de ônibus. O Sindicato tinha poucos recursos e a gente tinha que se virar”. Depois, as coisas se ajeitaram. “Em 2001, a diretoria viu a necessidade de ampliar o setor. Hoje temos Assistentes Sociais no Centro de Atendimento Cásper Líbero e também nas Regionais de Santo Amaro e Guarulhos”, informa.
Satisfação – Entre as boas recordações do tempo em que trabalha no Sinthoresp, Dona Carmem guarda a história do Sr. Arnaldo. Ela conta: “Logo que comecei, um trabalhador do hotel Planalto nos procurou. Ele precisava fazer uma carta de próprio punho, pra receber benefício do INSS. Como a Previdência Social é radical, eu não podia fazer a carta pra ele assinar. Então, fiquei com ele durante um mês e o ajudei a fazer a cartinha. Eram 10 linhas. Dei praticamente aula de Mobral, até ele conseguir”.
O resultado da dedicação de Dona Carmem a emociona. “Quando o companheiro conseguiu o benefício, vocês não sabem a alegria que ele ficou”, relembra. Ela continua: “Ele chegou na minha sala numa alegria tão grande. Me abraçou e me rodopiava pra lá e pra cá! Isso eu nunca esqueço. O sr. Arnaldo foi uma pessoa que marcou demais!”
Recompensa – Dona Carmem agradece. “Essas coisas que vivenciamos no trabalho, o relacionamento com os trabalhadores, tudo isso marca muito e dá forças pra gente continuar em frente. A oportunidade de poder ajudar alguém é a nossa maior recompensa”, ressalta.
Assista – O depoimento de Dona Carmem e muitos outros vídeos estão disponíveis em nosso canal no Youtube. Acesse e confira.