O presidente do Sinthoresp Francisco Calasans Lacerda classificou de “absurda” a defesa da extinção da Justiça do Trabalho feita pelo ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho Ives Gandra Martins, em entrevista à Folha de S. Paulo, dia 3. Calasans afirma: “É absurdo um ex-presidente do TST ameaçar extinguir a Justiça do Trabalho. A Instituição é uma conquista que deve ser preservada”.
Com a autoridade de quem foi juiz classista, Calasans destaca que a Justiça do Trabalho é conquista histórica trazida pela Era Vargas e cumpre papel efetivo para equilibrar as relações entre capital e trabalho. Ele diz: “Como se sabe, a Justiça do Trabalho foi concebida por Getúlio Vargas, um estadista que sempre pensou no social e nos direitos dos trabalhadores”.
Segundo nosso presidente, a Justiça do Trabalho é de “suma importância, pois prepara juízes e advogados para lidar com o Direito do Trabalho, que é um Direito específico porque as partes são desiguais e é preciso respaldar o trabalhador, o lado mais frágil”. Calasans afirma: “Como existe esta ameaça, estou aqui para, em nome dos meus companheiros, protestar e dizer que Justiça do Trabalho deve ser fortalecida, e não extinta”.
Magistrados – No sábado (5), mais de 1.600 juízes de todo o País já haviam assinado manifesto condenando a fala do ex-ministro Ives Gandra. Diz o documento: “Trata-se, em verdade, de uma ameaça. E feita justamente enquanto a magistratura do Trabalho está reunida em nível nacional para debater e deliberar acerca da interpretação e aplicação das alterações promovidas na CLT”.
Os magistrados criticam: “Não é tolerável que se dissemine um discurso que responsabiliza a vítima por seu próprio sofrimento. O movimento pela extinção da Justiça do Trabalho tem íntima relação com a intenção e a prática dos autointitulados pais da reforma”.