Entrega oficial da queixa e das provas para o diretor de normas da OIT, Kari Tapiola
Entre tantos pontos a destacar sobre a importância das reuniões que tivemos hoje (2) para oficializar a denúncia contra os ataques do Ministério Público do Trabalho à livre organização do movimento sindical brasileiro, acredito que o comentário feito por Kari Tapiola, diretor de Normas da OIT, resume a ópera: “Não é todo dia que todas as centrais de um país tão importante como o Brasil, que tem muita autoridade, vêm à OIT. Vamos estudar detalhadamente a queixa”.
Creio que este será o ponto fundamental da nossa representação, embora as provas contra a perseguição sejam contundentes.
Não há dúvida de que fomos muito felizes em mais esta ação unitária do movimento sindical. Não foram poucas as vezes que o diretor geral da OIT, Juan Somavia, fez questão de destacar a importância da nossa unidade, dos avanços que conquistamos. Estamos num processo constante de amadurecimento, fato que tem refletido positivamente a nível mundial com a aproximação e ação conjunta, começando do Brasil, da FSM e da CSI.
Somavia afirmou que “eu quero parabenizá-los. Este é o caminho que temos que transitar: a unidade, a unidade, a unidade”. Segundo ele, o tema pleiteado por nós “ganha força quando vocês chegam todos juntos a Genebra para um ato formal, para a entrega de uma queixa”.
“Quero ressaltar o prazer que tenho por vê-los todos juntos. Isso me parece fantástico”, afirmou.
Mas, além de falar sobre o sucesso da nossa jornada, que deverá produzir, inicialmente, um fato político importante para mitigar a ação nefasta de alguns procuradores do trabalho, quero destacar a importância que o Comando de Combate às Práticas Antissindicais teve neste processo. Em especial, cito o companheiro Alvaro Egea, membro da direção nacional, que mergulhou fundo nas questões apresentadas e teve um papel preponderante na formulação da denúncia.
Além disso, não poderia deixar de ressaltar a disposição e sensibilidade da companheira Osiris Oviedo, integrante da direção da FSM, que não só nos deu todo o apoio logístico, como também participou pessoalmente de todas as audiências, empenhando o compromisso da nossa federação internacional de apoiar e lutar para que o nosso pedido tenha êxito.
É importante salientar que a nossa caminhada será árdua, como tudo o que é conquistado pelos trabalhadores. Estamos cientes de que essa campanha contra o movimento sindical brasileira é orquestrada pelos setores mais reacionários da nossa sociedade, que estão cada dia mais histéricos com os avanços políticos, econômicos e sociais que alcançamos nos últimos anos.
Não só o MPT atua para nos enfraquecer. O grande porta-voz das oligarquias tem sido a mídia. Ali começa a tentativa de criar um clima de criminalização contra os movimentos sociais. Não há dúvida de que o alvo central desta campanha foi, é, e continuará sendo o governo do presidente Lula.
Por ter apoio popular e encontrar em suas organizações a base de sustentação social para as mudanças que se fazem necessárias no Brasil, Lula é alvo de uma grande campanha difamatória. Atacar os movimentos sociais, portanto, na visão da direita, significa enfraquecer o governo de mudanças, o governo que pretende e precisa avançar mais.
Hoje começamos a percorrer uma longa jornada. Mais uma entre tantas que estamos trilhando. Mas esta já nasce vitoriosa e com grandes chances de viramos o jogo.
Fonte: Radar Sindical