No segundo dia do Encontro Nacional dos Trabalhadores Hoteleiros, promovido pela Fetrhotel, Jaqueline Leite, representante da UITA, falou a respeito da Campanha de Conscientização sobre a Precariedade do Ambiente de Trabalho das Camareiras, encabeçada pela entidade. De acordo com ela, pesquisas realizadas em alguns dos 24 países envolvidos na campanha apontam as mulheres que, geralmente, não têm companheiros ou maridos, são mães e chefes de família e têm uma necessidade muito grande de trabalho são maioria na execução dessa atividade. “O que se está se constatando até agora é que elas passam por muitos problemas e ficam ocultas dentro dessa situação, em especial as camareiras que trabalham em motéis”. De acordo com a palestrante, o fato de o motel ser visto como um “local proibido” faz com que as profissionais que neles atuam fiquem mais ocultas do que as camareiras que atuam em hotéis. “Os motéis sacrificam bastante. O trabalho nesses estabelecimentos exige que as camareiras tenham que limpar várias vezes o mesmo quarto no mesmo dia, sem que possam ter os cuidados adequados com o manuseio de produtos químicos e as expõe a uma questão muito séria que é o risco de contaminar-se e adquirir doenças”, reforça.
Jaqueline alertou, ainda, que pelo fato de esse ser um trabalho “invisível”, além dos problemas físicos também foram relatadas doenças psicológicas. “Elas precisam tomar muitos remédios, às vezes têm depressão e não têm muito tempo para a família”.
O objetivo da palestra é fortalecer a campanha de conscientização sobre a precariedade do ambiente de trabalho dessas profissionais, com atividades que não só as ensinem a executar a função, mas falem sobre a postura que elas devem ter para manter a saúde do seu corpo e não ter futuras enfermidades. “A ideia da campanha é tornar visível os problemas que elas têm, estamos tentando fazer uma amostragem global para saber se em todos os países acontecem as mesmas coisas para que então possamos fazer uma denúncia para a OIT (Organização Internacional do Trabalho), fazer acordos coletivos entre os sindicatos envolvidos e, quem sabe, até uma NR (Norma Regulamentadora) para garantir a melhoria do trabalho das camareiras com relação a seu corpo e sua saúde”.
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