O desemprego continua muito alto no País. E agora surge outro problema pro assalariado: é o aumento na informalidade. Ou seja, mais gente que trabalha sem registro em Carteira, ganhando salário cerca de 50% mais baixo, sem Fundo de Garantia e deixando de recolher à Previdência.
O assunto ganhou manchete no jornal Folha de S. Paulo da segunda, dia 26. Diz à Folha: “Informalidade ameaça alta do PIB neste ano”. E completa: “Renda dos sem Carteira assinada é menor e já afeta consumo das famílias”.
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Aírton dos Santos, economista do Dieese.
Economista – O Sinthoresp combate à informalidade, atuando para que todos sejam registrados em Carteira. E, pra que se tenha mais conhecimento sobre essa importante questão, a comunicação do Sinthoresp ouviu o economista Aírton dos Santos, do Dieese.
Ele comenta: “O aumento da informalidade é consequência da recessão econômica. Mas é também resultado da nova lei trabalhista. Essa lei estimula a precarização do emprego e uma das consequências disso é emprego de pouca qualidade, a começar pelos salários muito mais baixos”.
Segundo o economista Aírton dos Santos, “a queda na renda dos informais também puxa pra baixo a média salarial dos registrados em Carteira”. Ele observa: “Basta ver que as categorias mal conseguiram reajuste pelo INPC. Aumentos reais foram raros no ano passado. Ou seja, é arrocho pra todo lado e perda no poder de consumo das famílias”.
O economista do Dieese aponta saídas. “O País precisa regularizar o emprego, aumentar a renda e aquecer o consumo interno. Sem isso, a economia vai ficar patinando, com um ou outro setor aparentando recuperação, mas tudo isso em ciclos curtos, incapazes de levantar o conjunto da economia”, comenta. E conclui: “E quem mais sofre com isso são os trabalhadores e suas famílias”.
Advogada – Amanhã, nosso site mostrará entrevista com a dra. Ana Cristina Sabino. Ela é Gerente de Iniciais Trabalhistas, do Departamento Jurídico do Sindicato.