Entre idas e vindas, a arrumadeira Jocinete S. Souza, chamada carinhosamente de Nete, é associada no Sinthoresp há quase 30 anos, mas há 8 anos se associou novamente, e permanece até hoje. Para o mês dos hoteleiros, a arrumadeira contou um pouco sobre sua história na profissão. Como parte indispensável da hotelaria, as camareiras e arrumadeiras são responsáveis pela limpeza e organização dos quartos.
A arrumadeira conta que nasceu na Bahia e veio para o Sudeste no fim dos anos 80 e desde que começou a trabalhar com hotelaria passou a gostar do setor. “Eu nasci em Salvador, na Bahia, morei no Rio de Janeiro por um tempo, e em 1989 vim para São Paulo. Tive dois empregos em mercado e logo depois comecei a trabalhar no hotel. Ganho por esse trabalho e faço o que gosto”, conta.
A baiana comenta que passou por áreas diferentes dentro da hotelaria, quando atuava como encarregada na rouparia, teve que mudar a rotina para estudar e ingressar numa faculdade, foi quando passou a trabalhar como arrumadeira. “Em 1996 saí da governança para concluir o colegial e comecei a faculdade. Trabalhava como arrumadeira durante o dia e estudava de noite”, disse.
Ao longo do tempo associada ao Sinthoresp, Nete fez cursos e afirma que não só usa os serviços, mas também indica. “Eu uso todos os serviços do Sindicato, todo ano estou nas colônias. O atendimento médico e odontológico também é essencial, sempre indico o sindicato para as pessoas com quem trabalho”, disse. Para ela, também é um meio dos trabalhadores conhecerem e reivindicarem seus direitos. “Costumo dizer para quem entra que é necessário conhecer seus próprios direitos e exigir isso”, afirma.
Ainda sobre direitos, Nete ressalta a necessidade de humanizar os trabalhadores, que por vezes são lidos como inferiores. “Por várias vezes, a frase ‘o cliente sempre tem razão’, acaba nos prejudicando e nos colocando em situações injustas, isso também se aplica a alguns empregadores. Infelizmente ainda enxergam arrumadeiras e camareiras como inferiores, não somos melhores que ninguém, mas não somos pequenas. Somos mulheres, muitas vezes pobres e pretas, mas isso não diz nada sobre nosso caráter e honestidade. Não somos inferiores por quem somos”, finaliza.