A dura marca do desemprego que atinge mais de 10 milhões de brasileiros poderia ser verificada nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (13), quando uma fila de homens e mulheres de gêneros, raças e idades variadas se apresentava desde a Rua Vergueiro, no bairro da Liberdade, até a porta do Sinthoresp.
A divulgação do 1o Feirão de Empregos do Setor Hoteleiro percorreu aplicativos de mensagens e redes sociais e chegou a pessoas como Maxwel Carlos, 40, morador de Artur Alvim, na zona leste da cidade de São Paulo.
Para garantir uma vaga de trabalho, o profissional da área de logística, desempregado há dois meses, chegou às 21 horas da terça-feira e passou a noite na fila, mesmo com a baixa temperatura e a garoa que atingiu a capital paulista.
“Sou casado, pai de um filho de 4 anos e espero encontrar qualquer vaga na área de logística ou segurança”, disse.
Enquanto Carlos tentava recolocação, Isabella Lira, 14, estava em busca da primeira oportunidade. Ela deixou a região do Jardim Ângela, na zona sul, às 6 horas da manhã, após receber uma dica da mãe manicure, que soube sobre o evento também em um aplicativo de mensagens.
“Estou disposta a trabalhar em qualquer coisa que eu possa aprender”, definia a estudante do nono ano do ensino médio.
O Feirão de empregos do Sinthoresp é uma oportunidade para quem sonha em mudar de vida, como é o caso da angolana Perfeito João, 30. Ela chegou há oito meses no Brasil, com marido e filho, fugindo do cenário de violência do país de origem, onde trabalhou como ajudante de cozinha, de limpeza e também como cabeleireira.
Ainda com dificuldades na compreensão da língua portuguesa, ela contou que espera firmar raízes na nação já considerada como o novo lar. “Meu sonho é arrumar trabalho e ficar muitos anos no Brasil”, finaliza.