Por onde passa, Yasuco Osawa Shimizu, nossa querida Dona Carmem, acolhe e encanta com sua simpatia. Ela coordena o Departamento Social do Sindicato, que cuida de questões relacionadas ao INSS, saúde e dá assistência aos trabalhadores e às suas famílias, em diversas situações. A Assistente Social se orgulha de seus 29 anos de atuação no Sinthoresp.
Por essa trajetória e sua bela história, Dona Carmem ilustra a segunda reportagem da série “Personagem do mês”. Ela fala sobre sua origem, sua família, o que inspirou sua profissão e qual momento mais marcou sua trajetória em nosso Sindicato.
Infância – Nascida em Mococa, Interior paulista, Dona Carmem passou a infância com os pais e mais 10 irmãos. “Estudei em colégio interno até terminar o ginásio e colegial. Depois, vim para São Paulo”, recorda.
Quando chegou à Capital, ela trabalhou em duas indústrias metalúrgicas, sempre no setor de RH, como atendente social. Ao mesmo tempo, começou a cursar a faculdade Paulista de Serviços Sociais. “Eu fiz parte da primeira turma, de 1975, em São Caetano do Sul”, conta.
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Desde 1990 dona Carmem se dedica à nossa categoria
Depois de formada, Dona Carmem se casou. Nesse período, passou em concurso público e conseguiu seu primeiro emprego como Assistente Social. “Trabalhei na Secretaria da Saúde. Mas não fiquei muito tempo, porque era desgastante e o local ficava muito longe de onde eu morava”, ela diz.
Quando veio a maternidade, Dona Carmem resolveu dar uma pausa nas atividades profissionais. Ela comenta: “Passei a me dedicar totalmente às crianças. Somente quando a primogênita completou 10 anos eu voltei a trabalhar”.
Vocação – Quando pequena, Yasuco acompanhava de perto o trabalho feito pelos pais. Yotaro Osawa, então delegado do Rotary Clube de Mococa, e sua esposa Takeko Osawa vieram do Japão pra São Paulo ainda jovens. Dona Carmem registra: “Eles fundaram uma cooperativa mista e um centro rural para divulgar a agricultura da cidade e gerar renda à comunidade”.
Pelo Rotary Clube, seu pai conseguiu levar para a região escola infantil, espaço de lazer e consultório odontológico. “Eu sempre ia lá e acompanhava o que ele fazia. Acho que foi aí que nasceu meu interesse em cuidar e orientar as pessoas. Isso vem desde os meus 12 anos”, observa.
Carreira – Em 1990, por indicação da amiga Júlia, que também trabalha no Sindicato, Carmem soube que o Sinthoresp procurava uma Assistente Social. “Quem me admitiu foi o sr. Gilberto. Quando comecei, ele me disse: ‘Olha, a senhora tem um desafio muito grande’. Eu perguntei, qual é o desafio? Aí ele me levou na sala, colocou 80 processos em cima da mesa, todos parados há anos, e disse assim: ‘A senhora tem que dar conta da Previdência Social. Então eu disse: “Ok, vamos lá!”
No começo, foi difícil. “Nós não tínhamos computador, trabalhávamos com máquinas de escrever. As visitas ao INSS eram feitas de ônibus. O Sindicato tinha poucos recursos e a gente tinha que se virar”. Depois, as coisas se ajeitaram. “Em 2001, a diretoria viu a necessidade de ampliar o setor. Hoje temos Assistentes Sociais no Centro de Atendimento Cásper Líbero e também nas Regionais de Santo Amaro e Guarulhos”, informa.
Satisfação – Entre as boas recordações do tempo em que trabalha no Sinthoresp, Dona Carmem guarda a história do Sr. Arnaldo. Ela conta: “Logo que comecei, um trabalhador do hotel Planalto nos procurou. Ele precisava fazer uma carta de próprio punho, pra receber benefício do INSS. Como a Previdência Social é radical, eu não podia fazer a carta pra ele assinar. Então, fiquei com ele durante um mês e o ajudei a fazer a cartinha. Eram 10 linhas. Dei praticamente aula de Mobral, até ele conseguir”.
O resultado da dedicação de Dona Carmem a emociona. “Quando o companheiro conseguiu o benefício, vocês não sabem a alegria que ele ficou”, relembra. Ela continua: “Ele chegou na minha sala numa alegria tão grande. Me abraçou e me rodopiava pra lá e pra cá! Isso eu nunca esqueço. O sr. Arnaldo foi uma pessoa que marcou demais!”
Recompensa – Dona Carmem agradece. “Essas coisas que vivenciamos no trabalho, o relacionamento com os trabalhadores, tudo isso marca muito e dá forças pra gente continuar em frente. A oportunidade de poder ajudar alguém é a nossa maior recompensa”, ressalta.
Assista – O depoimento de Dona Carmem e muitos outros vídeos estão disponíveis em nosso canal no Youtube. Acesse e confira.